Tudo começou no dia em que nossas aulas terminaram. Ficamos tão satisfeitos que resolvemos dar uma festa na casa do Douglas. Éramos nós quatro: Eu, Vitor, Danilo e Douglas. Não era bem uma festa. Eram cerca de 20 horas daquela sexta-feira, tudo estava maravilhoso, compramos uma pizza e iríamos jogar vídeos game até umas 5 da manhã. Enquanto comíamos Douglas contou uma história engraçada, disse que seus pais tinham um livro com palavras estranhas, parecia latim ou russo e embaixo desse texto tinha fotos de vários seres esquisitos. Ficamos interessados e ele pegou o livro escondido de seus pais. Ao nos mostrar concluímos que era um livro sobre rituais de bruxaria. Danilo pegou o livro da mão de Douglas e começou a ler em voz alta um dos feitiços. Eu disse que seria melhor para pois não sabíamos o que poderia acontecer, pelo jeito era um livro muito antigo. Ele ignorou e continuou a ler. Chamei ele de estúpido, ele poderia pelo menos tentar adivinhar quais seriam as consequências. Ele terminou de ler e caiu no sofá dando altas gargalhadas, Douglas estava vermelho. Perguntei o que havia de errado com ele mas antes que pudesse responder a luz do local onde estávamos simplesmente explodiu espalhando cacos de vidro por todo lugar. Vitor começou a mexer desesperadamente nas gavetas e encontrou uma caixa de fósforos e riscou alguns.Iluminou o rosto de Danilo, certamente para chingar ele. Porém ao fazer isso ele levou um susto e deixou os palitos caírem no chão, dando um grito muito alto.
-O que foi Vitor?? - Perguntou Douglas muito tenso.
- Atrás do Danilo! Tem um... - Antes que pudesse terminar a frase Danilo grita alto com um tom de dor. Rapidamente Douglas pegou os fósforos e riscou perto da gaveta onde Vitor tinha encontrado eles e achou uma lanterna. Deu alguns tapas para funcionar e iluminou o local, nenhum sinal de Danilo. Porém na parede havia algo escrito, chegamos mais perto para entender. Estava escrito "Douglas" em vermelho, como se fosse sangue em uma letra muito rabiscada.
- O que está acontecendo Douglas? Fala logo que livro era aquele? - Disse Vitor bravo
- Esse livro é real? Quer dizer, o que tem nele é real? - Falei. Douglas não disse nada, apenas pegou o livro e iluminou ele com a lanterna.
- Ele conjurou uma criatura chamada Octavus, aqui atrás tem umas anotações de meu pai, diz que é uma criatura milenar sedenta por sangue que quando conjurada minutos depois mata quem a perturbou juntamente com todos que estavam presentes. É real sim, e o próximo sou eu! - Disse Douglas perplexo.
- Deus... - Disse Vitor abalado.
- O que acontece depois que ele mata todos ? - Perguntei
- Aqui diz que ele volta para seu sono profundo até ser novamente conjurado -Disse Douglas analisando o livro.
-Não tem nada que possamos fazer para impedi-lo? - Perguntou Vitor
- Temos que fazer ele beber o seu próprio sangue.
Escutamos barulho de um abajur da sala se partindo.
-Ele está aqui - Disse Douglas com a voz trêmula. No mesmo momento a lanterna que estava na mão dele se apagou, escutamos um grito rouco de Douglas com o que parecia ser um líquido saindo da sua boca com muita tosse, em seguida o barulho da lanterna cair no chão. Tivemos certeza que ele estava morto. Me agachei e procurei a lanterna, torcendo para que não tivesse quebrado com a queda e achei. Iluminei a sala a procura do próximo nome e achei escrito na tela da televisão: Vitor. Olhei para seu rosto, ele estava mais pálido do que o normal.
- Vamos sair daqui - Disse a ele sussurrando.
- Você acha que adianta? Ele irá me encontrar de qualquer jeito.
Ficamos em silêncio por alguns segundos até eu escutar um barulho forte de algo caindo no chão. A lanterna parou de funcionar novamente. Não escuto mais a voz de Vitor, ele se fora. Corri em direção à porta de saída e fugi em direção à rua. Frio e medo. Essa neblina impede que a minha visão mapeie esse lugar. Porque isso tá acontecendo comigo? Minha lanterna começa a piscar, ele está perto, eu sinto isso. Sinto aqueles calafrios, os mesmo que eu senti das outras vezes. As luzes se apagam, eu enxergo aquela mesma sombra. Ele detesta luz e eu sei disso, quando ele chega perto as lâmpadas queimam, é como se sugasse toda a energia para si mesmo. O que vai acontecer agora? Ele vai me matar covardemente Como fez com os outros? Vai fazer parecer suicídio? Eu estava lá, ninguém pode mentir pra mim, eu sei a verdade. Ele deixou aqueles recados, em todos os lugares por onde eu passava. Ele não tem coração, é frio como suas atitudes. Ele vem se aproximando de mim, fecho meus olhos para esperar a minha hora, o barulho que seus pés fazem na grama não me deixam mais esperanças, sinto ele rir por dentro, conseguiu finalmente o que queria. Sua fisionomia imitando a humana tenta esconder quem ele realmente é: um monstro assassino. Se eu tivesse oportunidade arrancaria a sua cabeça e cozinhava as suas tripas. Eu já me sinto morto, gelado e sem vida. Ele dá várias voltas em torno do meu corpo, parece querer analisar por onde começar. Sinto uma luz forte invadir meus olhos, será esse o fim do túnel que todos dizem? Não, eu estava errado esse não é o fim! Um barulho de carro parece invadir o gramado da casa de Douglas, eram seus pais. Eles viram a criatura em volta de mim e a assustaram. Ela correu para se esconder nas sombras mas uma bala atravessou seu corpo pálido, o pai de Douglas havia atirado com sua arma na cabeça dele.
- Entra no carro garoto - Disse ele sacando novamente a sua arma e correndo em direção à criatura.
Entrei no carro, ele fez exatamente o que estava no livro, juntou algumas gotas do sangue da criatura e colocou em sua boca. A cena a seguir foi inacreditável, ele se dissolveu na grama , sumindo por completo. No Banco do carro eu vi tudo ficar preto na minha frente e não lembro de mais nada depois disso.
- É só disso que você se lembra? - Perguntou uma voz para mim.
- Sim, oficial. - Respondi
- E sobre a enfermeira que você atacou na semana passada? Você soube que ela faleceu por hemorragia? - Disse ele.
- Não fui eu. - Me defendi.
- Não havia mais ninguém lá. Eu estou tentando ajudar você, mas eu quero que admita para mim que todas aqueles homicídios foi você quem causou. - Disse ele.
- Não fui eu - Repeti.
- Chamem o enfermeiro e amarrem ele em uma camisa de força novamente, ele já machucou muita gente - Disse o Oficial de Polícia que estava me interrogando. Odeio essas coisas, me sinto sufocado, mas ele disse que vai me tirar daqui em breve, ele disse que não queria me machucar por isso não me matou quando pôde, ele vai me salvar. A frieza dele me faz sentir a razão do meu coração bater, ele é o que me mantém nesse local, ele não me acha louco como os outros e ele disse que um hospício não é o lugar onde eu deveria estar. O nome dele é Octavus.
- Não fui eu - Repeti.
- Chamem o enfermeiro e amarrem ele em uma camisa de força novamente, ele já machucou muita gente - Disse o Oficial de Polícia que estava me interrogando. Odeio essas coisas, me sinto sufocado, mas ele disse que vai me tirar daqui em breve, ele disse que não queria me machucar por isso não me matou quando pôde, ele vai me salvar. A frieza dele me faz sentir a razão do meu coração bater, ele é o que me mantém nesse local, ele não me acha louco como os outros e ele disse que um hospício não é o lugar onde eu deveria estar. O nome dele é Octavus.
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